Médico promove oficinas gratuitas sobre alimentação saudável em Capão Bonito
Guarde esse nome “epige-nética”. Parece ser algo difícil de compreender, mas tudo fica mais fácil quando o professor, no caso o médico e cientista, é o dr. Al-berto Peribanez Gonzalez.
Para que os leitores não fiquem curiosos, segundo Alberto Gonzalez, epigenética é um termo usado na biologia para se referir a características de organismos unicelulares e multicelulares (como as modificações de cromatina e DNA) que são estáveis ao longo de diversas divisões celulares, mas que não envolvem mudanças na sequência de DNA do organismo. Estas mudanças epigenéticas desempenham um importante papel no processo de diferenciação celular, permitindo que as células mantenham características estáveis diferentes apesar de conterem o mesmo material genômico.
Para o médico, a boa alimentação tem influência direta na epigenética e pode ser um grande “elixir da longevidade”.
Após ganhar notoriedade como destaque no Globo Repórter, da TV Globo, em reportagem sobre seu trabalho em Campos do Jordão, o médico Alberto Peribanez foi contratado pela prefeitura de Capão Bonito através da Secretaria Municipal de Saúde para ministrar consultas e oficinas de Alimentação Viva.
Sua palestra realizada no Centro de Especialidades de Capão Bonito na noite da última quinta-feira, 18 de novembro, com enfoque na Diabete foi um sucesso, atraindo o interesse de várias pessoas que foram convencidas de imediato que precisam de uma alimentação mais saudável.
São pessoas como a aposentada Donária Dias N. Oliveira, de 75 anos, que querem aprender a comer melhor. “O idoso atual já tem uma nova visão da vida. Sabe que tem que comer melhor e fazer exercícios são essenciais para se ter mais qualidade de vida. Estou buscando isso e palestras como está são muito importantes”, destacou a aposentada.
Outra aposentada presente à palestra, Lizete N. de Oliveira, de 59 anos, moradora da vila Maria, também concordou com Donária. “A diabete já me fez perder a visão no olho esquerdo. A doença me fez mudar o cardápio de alimentação e a minha vida”, afirmou à reportagem d’O Expresso.
Lilian Dias, de 67 anos, acredita que a boa alimentação previne doenças como o médico Al-berto Peribanez diz. “Pretendo levar tudo que aprender aqui para dentro de casa”, acrescentou.
Referência em Alimentação Viva no Brasil e em diversos países do mundo, dr. Alberto Peribanez está iniciando um trabalho na cidade para garantir mais saúde à população, atuando de forma preventiva.
É um projeto ambicioso que promete tornar a cidade referência no Brasil. “Queremos atingir 10% da população multiplicando os instrutores e defensores da alimentação saudável”, afirmou ele a O Expresso.
O médico inclusive já é colaborador do jornal com uma coluna semanal que vem sendo elogiada ao trazer várias dicas de saúde.
Oficinas “Alimentação e Saúde”
Embora Gonzalez explique toda teoria envolvendo alimentos vivos, inclusive a epigenética, é com a mão na massa que os alunos em Capão Bonito trabalharão, fazendo receitas que constam no livro Lugar de Médico é na Cozinha, publicado pela Editora Alaúde.
“Eles verão que a chave para a cura e para a saúde pode estar bem à mão, nos alimentos da horta e do pomar. Os temas das oficinas são: desgrudando do açúcar, o maravilhoso pão dos essênios, fazendo suco verde em qualquer lugar e germinando nova vida”, informou o médico.
As aulas são gratuitas e estão programadas para as terças e quartas-feiras. Cada oficina terá duração de 1 mês, com 4 aulas, e a realização da “prova” de alimentação viva será a última.
O médico verdureiro
“Eu sou um médico verdureiro”, brinca o cirurgião e cientista, que tem no currículo mes-trado e doutorado pelo Institut fuer Chirurgisches Forschung Ludwig Maximilian, de Munique, Alemanha, e mais de cem artigos científicos publicados.
E, foi justamente as pesquisas científicas que levaram Gonzalez a exercer hoje o que ele chama de uma “medicina integrativa”, “não cartesiana”: “Nós não precisamos usar tanto a farmácia como as pessoas usam”, afirma.
Para demonstrar como viver bem, o “médico do suco verde”, como vem sendo chamado em Capão Bonito, dá palestras em português, inglês e alemão pelo mundo afora.
Em síntese, Gonzalez avisa que sua medicina é alopática sim, mas antes de tudo, probiótica, ou seja, a favor da vida, e nutra-cêutica: “E não opero mais com bisturi, opero com uma maçã”, brinca.
Os estudos do médico têm chamado a atenção da mídia, da comunidade científica, dos profissionais da área da saúde e de milhares de pessoas em busca da cura e da longevidade, aprendendo sobre alimentação viva, empregada já por povos sadios da Antiguidade como os essênios, e que propõe a transformação de hábitos nocivos arraigados em atitudes conscientes de saúde.
A alimentação viva (e crua) regula o colesterol e o açúcar, ajudar a manter a saúde em todo o corpo prevenindo e auxiliando na cura de doenças como o câncer, doenças cardíacas, intestino, fortalecendo o sistema vascular, o coração, o sistema digestivo, a imunidade, o organismo como um todo.
“A minha medicina não é comer alimentos, eu não sou nutrólogo, eu não sou nutricionista, eu não sou dietólogo, eu não passo dieta. Estou trabalhando com mudança de cultura, mudança de aproveitamento material do que o planeta dispõe para a gente. A revolução está em buscar a harmonia com a natureza e com o planeta em que habitamos”, afirma Gonzalez.
E onde está a ciência da alimentação viva? Perguntou a reportagem d’O Expresso ao médico. Ele respondeu que nas sementes que “acordam” quando germinadas. São delas que vêm a mais viva porção da história toda. Já as carnes, estão fora do menu. Em seu lugar, entra o pão essênio ao sol e desidratado, a graminha do trigo e muitas folhas verdes, tudo orgânico.
Na mesa de Alberto Gonzalez também não entra açúcar, só o naturalmente presente nas frutas. Parece um mundo sem delícias? Em “Lugar de Médico é na Cozinha” o médico e chef dá sugestão de quase cem receitas da entrada ao prato principal e sobremesa. E para quem acha tudo muito “exótico”, ele rebate: “Isso não é exotismo de terapeuta estilo pós-hippie” e completa, “a prática médica que eu faço é a reorganização homeostática, fisiológica, do terreno biológico de uma pessoa através da reorganização do sistema do tecido fluído, que é o sangue. Para fazer o sangue se livrar dos fungos, que são fungos oportunistas que vivem em um sangue cheio de açúcar, por exemplo”, afirma.
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Fonte: Jornal O Expresso